sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Um lado que você não viu



Playground: um lado da festa que você não viu


No dia 30 de outubro de 2010, no recinto de exposições de Rio Preto, aconteceu a Playground Music Festival, que reuniu mais de oito mil pessoas. O evento apresentou uma estrutura diferente e atrativa de outras raves comuns na cidade e região de Rio Preto, e foi alvo de uma reportagem polêmica apresentada pelo Fantástico.

Os melhores brinquedos de adrenalina da América Latina e 10 horas de open bar completo.  Uma mistura que não faria mal, mas que consumidos juntos a substâncias químicas resultariam em cenas drásticas como foram vistas no vídeo da matéria do Fantástico. Vários jovens presentes no festival apresentaram casos de alto consumo de bebida, drogas, e passaram por atendimento médico oferecido no local.

A festa que foi um sucesso e causou grande polêmica, foi também alvo de críticas, mas apresentou um outro lado não mostrado pela mídia. Em conversa com alguns jovens que estiveram presentes na Playground Music Fest, a matéria do Fantástico: Raves misturam brinquedos radicais, bebidas e drogas foi muito sensasionalista. Veja alguns comentários:

“A festa foi realmente um evento e tanto, mas a matéria do Fantástico exagerou demais, eu não uso drogas e as mantenho fora do meu caminho, e foi isso que fiz na Playground, me diverti, dancei, bebi, andei nos brinquedos e voltei bem para casa”. (Felipe Santos – Jales).

“Adorei mesmo o evento, organização, pena que choveu, foi realmente uma pena, mas gostei muito, e percebi que o Fantástico usou a festa pra produzir uma matéria que exagerou em todos os sentidos, houve venda de drogas como em qualquer outra festa no país, mas usa quem quer, e que as pessoas se divirtam do jeito que querem, achei a matéria ridícula e adorei a festa, na próxima eu estou lá”. (Valéria Sanches – Fernandópolis).

“O Fantástico produziu o que muitas pessoas querem ver, como são as festas por dentro, mas drogas e bebidas sempre existiram, e os brinquedos também existem em festas de peão, mas ninguém faz matérias sobre tais eventos. A Playground é uma festa bem organizada, legal, e eu aprovei e aproveitei o máximo que pude, estarei nas próximas edições, e quanto as drogas, elas sempre estarão presentes em nossas vidas, cabe a nós dizer um não e curtir a vida numa boa”. (José Augusto – Votuporanga).


Rosiane Cerverizo






 

sábado, 4 de dezembro de 2010

Acessibilidade necessária.

As pessoas com deficiência tanto física, visual quanto auditiva que vivem em Votuporanga “constroem” suas próprias formas de acesso, devido a falta de acessibilidade do município. Diariamente quebram barreiras e lutam para conseguir o mínimo de bem-estar.
Quando se fala em acessibilidade, logo se pensa em construção de rampas. Mas é necessário muito mais para obter o acesso que portadores de deficiência precisam.
“ Em Votuporanga não existe acessibilidade. Eu não vejo acessibilidade em nada.”,afirma Joana Rocha Domingues, professora especialista em educação para deficientes visuais, residente de Votuporanga,  que por experiência própria sabe as dificuldades de um deficiente visual na nossa cidade.
“O transporte além de precário, não é adaptado, na questão do transito, não se tem semáforo sonoro que facilitaria para o deficiente estar transitando de forma independente.As ruas não possuem piso tátil para se ter noção de onde se encontram orelhões, postes, lixeiras e rampas. Nas lojas, bancos também falta esse acesso. Na verdade não há acessibilidade em nenhum lugar que freqüento”, ressalta a docente.
A medida correta a ser tomada segundo ela é a pesquisa com essas pessoas que  necessitam desses acessos para que sejam construídos de forma que atenda a necessidade de todos, pois cada deficiente precisa de um tipo de acessibilidade adequada. Sendo suplente do vice-presidente do Conselho dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Votuporanga confirma que essa atitude não foi tomada com relação a reforma da rua Amazonas.
Na obra que encontra-se em andamento, ainda não houve grandes melhorias. Sendo aumentado em um metro de largura a calçada, porém com a implantação de palmeiras e logo mais com a colocação de bancos que ocuparão cerca de quarenta á cinquenta centímetros, não modificando muito o acesso para pessoas deficiêntes, devido que aumentaram os obstáculos e o espaço não teve grandes alterações.
Segundo o arquiteto responsável pelo projeto,Carlos Eduardo Arantes Cavalleri, a criação de rampas com corrimão, piso tátil nas esquinas e rampas estão no projeto de reforma. Obedecendo as regras e medidas já estabelecidas,que ainda não foram implantadas devido a necessidade de asfaltar rapidamente a rua, para amenizar o barro. “Medidas serão tomadas”, afirma o arquiteto.
Acessibilidade é muito mais que construir rampas, ter semáforo sonoro, piso tátil.Ser acessível é dar condições básicas para que todos, sem exceção possam cumprir com seu dever de cidadão, tendo seus direitos exercidos. É necessário tanto na arquitetura quanto na sociedade em si, ser repensada a acessibilidade. Afinal, somos todos iguais perante a lei.

LORENA SEGALA


Oportunidade de Crescimento

O Senai, em parceria com o S.E.R.T ( Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho ) oferece cursos gratuitos para pessoas de ambos os sexos com idade entre 20 e 60 anos que estejam desempregados ou a procura do primeiro emprego.

São oferecidos programas e serviços de intermediação de mão-de-obra, de qualificação e requalificação profissional e atendimento ao trabalhador que está na condição de desempregado ou que ainda não ingressou no mercado de trabalho, dando uma bolsa como auxílio de $ 210,00, mais o auxílio transporte no valor de $ 120,00, programa este oferecido pelo Sistema Público de Emprego - Sert/Sine. Gera ocupação ao desempregado e insere o jovem no mercado de trabalho, além de estimular o desenvolvimento de atividades empreendedoras, por meio de qualificação e concessão de micro-crédito.

Os cursos contam com a parte técnica, voltado à capacitação profissional por meio de aulas periódicas. Oferece cursos de: AutoCAD, Corte e Costura, Tornearia Mecânica, Informática Básica, entre outros. Os alunos contam também com a aula de Conhecimentos Gerais além de Português, Matemática, Geografia, História, e o mais importante, como se comportarem em uma seletiva de emprego. A proposta do programa, é inserir no mercado de trabalho profissionais capacitados não só na área técnica como na área das relações humanas, que vem crescendo em grandes proporções nas empresas.

A missão da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho é aproximar o trabalhador das novas oportunidades do mercado, fomentando a geração de trabalho e renda. Capacitando assim trabalhadores não só competentes, como habilidosos.


Mariana Biork

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

População reclama de prestação de serviço da Unitrans

O atraso dos ônibus e a falta de respeito de alguns motoristas com os idosos desagradam usuários do transporte coletivo de Votuporanga.


Um aglomerado de pessoas que aguardavam o transporte coletivo, chamavam a atenção de quem passava pela Praça da Matriz em Votuporanga, na tarde dessa ultima segunda-feira, 22. O forte sol e a “angustiante” sensação térmica, formaram um pano de fundo para essa realidade da sociedade brasileira, que é a espera decorrente ao atraso dos ônibus que prestam serviços para as cidades.


Uma das pessoas que esperavam sob o sol de quase 34ºC era a estudante Marcela Cardozo. Ela diariamente usa o coletivo para ir do Pozzobom, bairro que reside ao centro da cidade. Para fazer esse percurso Marcela  gasta por dia quatro reais.Questionada sobre o motivo do acúmulo de pessoas naquele horário, a estudante declarou: “O motivo é mais um atraso do ônibus, algo comum nos últimos meses”. Marcela contou que já perdeu entrevista de emprego devido ao atraso de 20 minutos e assegurou: “ Não confio mais nos horários dessa empresa. Posso ter perdido a oportunidade da minha vida, em virtude do atraso”.


A aposentada Rut Terra e sua filha Sheila Terra também estavam aguardando o ônibus.  Moradoras do bairro Paineiras, elas contaram que  torna inviável assumir compromissos contando com o transporte coletivo. “È necessário sair bem mais cedo para não perder compromissos”, frisou elas, que desabafaram: “Além do atraso a falta de paciência e educação dos motoristas são constantes”.  Segundo Sheila, sua avó de 77 anos de idade possui problema de circulação, enfermidade que causa dificuldade em caminhar. “Um motorista sem educação ‘tocou’ o ônibus com minha avó Maria descendo. Quase houve uma tragédia. O mais repugnante é que pagamos por essa falta de respeito”.


A Unitrans, responsável pelo transporte coletivo da cidade de Votuporanga, mencionada nessa reportagem, foi procurada pela equipe de reportagem do Blog e não manifestou-se até o fechamento dessa edição eletrônica. Mas de acordo com Andrea Isabel da Silva Thomé, Diretora do Procon Municipal de Votuporanga,
 o consumidor que se sentir lesado pode registrar a reclamação  junto ao Procon  a fim  de que a empresa seja notificada, nos termos  do que dispõe  o artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor, que determina que as concessionários  de serviço público sejam obrigadas a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. 
Ela explicou que   o fato ora  relatado  já  está sendo objeto de providências.   “ Há um  projeto de Lei  em análise de iniciativa do Poder Executivo tratando  do assunto e declarou: “ Qualquer  desrespeito ao Idoso fere o Estatuto do Idoso, e tal fato  também  pode  ser levado ao conhecimento  do  Promotor Marcos Seabra,  responsável pela  Promotoria do Idoso, para apuração e providências”, finaliza.



1º de Dezembro: Dia Mundial da Luta contra a AIDS

Hoje, 1º de dezembro, é o Dia Mundial da Luta contra a AIDS, dia voltado para ações de prevenção e conscientização da população dos riscos de se contrair a doença. Esclarecimento aos desinformados de como não se contaminar, também são repassadas.

Alguns a chamam de “bichinho da goiaba”, mas o seu nome cientifico é síndrome da imunodeficiência adquirida. Pesquisa genética indica que a doença começou por volta do século XIX na África centro-ocidental. A pessoa infectada fica com o sistema imunológico debilitado, que pode levar a morte por doença oportunista, como a pneumonia por “pneumocystis jiroveci”, os linfomas, infecção dos olhos por citomegalovírus, demência e o sarcoma de “kaposi”.

O Serviço de Atenção a Infectologias (SAI) de Jales, que abrange 16 municípios da região, atende 146 pessoas contaminadas com o vírus HIV. Segundo a coordenadora do SAI Kátia Regina Figueiredo, “as pessoas portadoras do vírus têm o direito e a dignidade de se tratarem onde quiserem, como muitos preferem ser atendidos em outras localidades para não se expor”.

A Campanha Fique Sabendo que ocorre desde do dia 16 de novembro, pretende realizar de 300 a 400 testes rápidos em Jales. “O teste rápido garante 100% de eficácia no resultado” garantiu a coordenadora do SAI. Além do teste rápido, neste dia 1º de dezembro palestras em empresas, escolas e locais públicos, distribuição de preservativos e teatro completam a campanha que termina na próxima sexta feira, dia 3. Devido à falta de informação por grande parte da população, os soropositivos se sentem discriminados e por esse motivo, 95% dos portadores da doença, não concedem entrevistas.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O avesso do luxo

 Imagina uma pessoa que ao visitar a imponente construção neogótica da Igreja Matriz de Votuporanga, considerada cartão postal e orgulho da cidade pela grandiosidade de sua beleza, submete-se a um desses momentos de imprevistos desagradáveis como  uma “leve dor de barriga”. No ímpeto, ela vai procurar o banheiro público mais perto, correto! Caso isso aconteça esse passeio será inesquecível para o resto da vida desse turista.
 Se for homem, vai deparar-se com um banheiro sujo, com fezes espalhadas pelas paredes e as portas sem tranca. Verá também uma pia totalmente imunda, os “cochinhos” enferrujados, além de inúmeros anúncios vulgares de convites para sexo com os celulares do anunciante. Quem garante isso é o auxiliar geral Sérgio Ricardo de Miranda, que desde 2002 trabalha na praça da matriz e convive com essa situação. O auxiliar conta que além da sujeira o local transformou-se em um reduto para prática de sexo entre homossexuais. “Já aconteceu de pai precisar levar os filhos ao banheiro e encontrar homens praticando sexo oral a luz do dia”, declara ele em tom de revolta, que pelo trabalho indiretamente é obrigado a conviver a nove anos, com esse tipo de situação.
 De acordo com a ambulante Rut Beraldo Lima, caso esse visitante seja do sexo feminino, a condição não será diferente. A ambulante disse que o banheiro feminino é cheio de dejetos e urina no chão. É comum encontrar também absorventes, além de muita sujeira nos vasos, declarou Rut, que há seis meses vende pão de queijo na praça. “ A prefeitura não faz a limpeza constante e não disponibiliza papel higiênico.”
O Blog Refluxo conversou com a arquiteta Sílvia Rodrigues, atual diretora do Departamento de Planejamento Urbano. Ela explicou que o banheiro vai entrar no projeto de reforma e cobertura da concha acústica. “No banheiro feminino, será disponibilizado uma rampa de acessibilidade facilitando para os usuários com deficiência”, garantiu. A diretora de planejamento também explicou que o banheiro será terceirizado, para empresas ou entidades assistenciais que estiverem interessadas. Com isso, segundo a arquiteta  as  questões referentes à desorganização, a depredação e também a segurança dos usuários de todas as faixas etárias serão resolvidos. “A administração do banheiro poderá ser uma empresa ou até mesmo uma entidade assistencial. Dessa forma, haverá uma pessoa para cuidar desses espaços promovendo a segurança dos usuários e do bem público. Isso tudo será realidade no próximo ano”, finaliza.
 Até que seja resolvida essa questão o turista que por imprevisto tiver que fazer suas necessidades durante a visita a Igreja, vai impressionar-se com o banheiro ao invés de encantar com a rosácea, elemento ornamental presente na Matriz, comum em catedrais construídas no período gótico. O resultado desse passeio dará um verdadeiro conto hilário, digno de nunca ser esquecido: O avesso do luxo!



Fúlvio Veras


Eles pedem socorro

         Em todo o Brasil há milhares de cães abandonados. Dados da OMS - Organização Mundial da Saúde, mostram que em grandes centros urbanos, há um cão para cada cinco habitantes - cerca de 10% deles em estado de abandono. Em Votuporanga, por exemplo, mesmo não sendo uma cidade populosa, com pouco mais de 80 mil habitantes, é possível calcular que existam 1.600 animais sem lar. Diante deste contexto, na maioria das vezes, encaminhá-los para um abrigo pode não ser a melhor solução.
         Segundo o visitador sanitário, Airton Luis Souza, pessoas ligam para o Centro de Zoonose de Votuporanga, querendo se desfazer dos seus animais. Desta forma, os animais abandonados acabam sendo as vítimas de uma sociedade que não se prepara antes de trazer um mascote pra casa, que não previne as crias ou, simplesmente, enjoa e descarta o pobre bicho sem nenhuma razão. Mas esse é apenas um dos problemas que eles enfrentam. O funcionário ainda diz que eles não podem pegar qualquer cão nas ruas, só os muito debilitados ou com doenças graves, a leishmaniose, por exemplo. Quando um animal tem essa doença eles o sacrificam.
            O porquê do não recolhimento de todos os animais é devido à falta de estrutura adequada no Centro. O que necessita é um ampliamento das divisões de cada tipo de animal. Segundo o veterinário, Élcio Sanchez Estevez Júnior, que é o responsável técnico, um projeto para essa construção já está no papel, mas mesmo assim não resolveria o problema do abandono. Ele diz que hoje a capacidade do canil é de 80 animais e com o projeto irá dobrar. Acontece que na cidade existem 1.600. Recolher e proporcionar abrigo a vários animais, pode parecer a melhor solução. No entanto, infelizmente, a experiência tem mostrado que com o tempo, esses locais tornam-se verdadeiros depósitos, e não um abrigo descente. O excesso de animais não permite que todos recebam os cuidados necessários.
            Em Votuporanga existe apenas um grupo de 5 pessoas que ajudam nessa luta contra o abandono. Elas fazem feiras doações há 15 anos, uma das organizadoras dessa feira, Joana Rios Soler, diz que vão com 30 animais, e dependendo do dia, conseguem doar todos, ou nenhum. Quando a doação acontece, ela recolhe todas as informações necessárias do novo dono, para assim acompanhar o cuidado do animal. O problema das doações é que, segundo a ARCA BRASIL - Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal, existe uma parcela de animais que padece ainda mais quando vai parar nas ruas. São os que tiveram a “infelicidade” de nascer Pit Bull, os que sofrem de algum problema de saúde, aqueles que entraram na terceira idade, ou, simplesmente, os vira-latas comuns, pretinhos. Pois existe um preconceito até mesmo com animais. Essas ONG’s são feitas por conta própria, por pessoas que se preocupam realmente.
            Diante dessa situação cruel, a única solução eficaz para mudar o final dessa história, é a castração. Segundo a OMS, reunida em 1992, a captura e o sacrifício de animais não representa medida de controle, pois não atua nas principais causas dos problemas: a procriação descontrolada de cães e gatos e a irresponsabilidade ou ignorância dos seus proprietários. Aqui em Votuporanga já foi pensado em fazer um “mutirão” para a castração em massa, seria um pacote de 1.000 castrações por ano. O que resta agora é esperar acontecer e torcer pela melhoria. Enquanto isso não acontece, a conscientização da população é a única solução.  Não podemos esquecer que os animais, têm um coração pulsando dentro do peito, têm sentimentos, sentem fome, frio, dor. Mais amor, por favor, eles agradecem.

Aline Ruiz